O Dr. Manuel de la Peña, descobridor de um sítio de supercentenários em Espanha, diz que a população de centenários está a crescer exponencialmente, uma vez que existem atualmente mais de 700.000 centenários no mundo e Espanha ocupa um lugar de destaque com mais de 20.000 pessoas com mais de cem anos, posicionando o país como líder em longevidade.
O cardiologista destaca que este fenómeno está a crescer exponencialmente graças aos avanços disruptivos da medicina e aos hábitos saudáveis dos supercentenários.
Histórias inspiradas de longevidade
No seu novo livro “Guia para viver com saúde 120 anos”, que está a caminho de se tornar um best-seller, o médico destaca os hábitos saudáveis da pessoa mais velha da história da humanidade, a francesa Jeanne Calment, que viveu até aos 122 anos e manteve um estilo de vida ativo, ao ponto de aos 100 anos andar de bicicleta. Na sua obra, também relata os hábitos de María Branyas, uma espanhola que chegou aos 117 anos graças à sua filosofia de vida baseada em não se cercar de pessoas tóxicas, consumir probióticos e viver com fé.
Site Supercentenial: uma mensagem de esperança
O Dr. Manuel de la Peña afirma que envelhecer em Espanha é uma verdadeira bomba demográfica e as pessoas de longa vida “deixaram de desistir de nada”, e dá como exemplo a britânica Manette Baillie que há alguns meses celebrou o seu 102.º aniversário saltando de paraquedas de um avião que voava a uma altitude de mais de 2000 metros. E quando completou 100 anos, pilotou um Ferrari a 210 km/h no circuito de Silverstone. Para De la Peña, a idade não é um obstáculo para curar ou fazer uma cirurgia, muito menos para alcançar seus sonhos. De facto, Servando Palacín, de 109 anos, tornou-se a primeira pessoa no mundo a receber um pacemaker. Na sua última visita a Servando, o médico disse-lhe que Dolores Buitrago aos 110 anos “cantava-lhe versos melodiosos”, que Crescencia Galán aos 110 anos lhe disse que “quando tem um dia mau trá-lo à superfície” e que Engraciano aos 109 anos tinha superado um cancro do cólon aos 90 anos, um enfarte do miocárdio aos 80 anos, que teve a anca alterada prestes a fazer 100 anos e que agora se sente como se tivesse 60 anos. O professor de la Peña também lhe disse que a família com o recorde do Guinness de longevidade é das Ilhas Canárias, o Hernández-Pérez e que no momento a mais velha do mundo é a japonesa Tomiko Itooka, uma freira de 116 anos. Por outro lado, no Brasil vive Inah Canabarro Lucas, que completou 116 anos e é a segunda pessoa viva mais velha do mundo. Diz sempre que “o seu grande segredo é rezar”. No Reino Unido vive Ethel Caterham, aos 115 anos, e é a terceira pessoa viva mais velha do mundo e é assim que De la Peña descreve no seu novo livro o modelo de resistência ao envelhecimento das pessoas mais velhas do mundo.
Hábitos saudáveis: o chamado comum dos supercentenários
O professor é a favor de fazer escolhas saudáveis de forma natural e, aliás, na sua terceira edição do “Guia para viver com saúde 120 anos”, revela os segredos de centenários e supercentenários para se tornarem tão longevos, onde conta com histórias cheias de ternura que sempre foram pessoas de hábitos muito saudáveis.
O denominador comum de todos eles é que têm uma mente positiva, uma mente ativa, um desejo de viver, não fumam, são magros, cuidam da sua alimentação, baseada em produtos locais, como frutas e legumes, que fornecem poucas calorias e muitos nutrientes. Costumam caminhar todos os dias, fazer caminhadas ou até mesmo dançar, evitar o estresse emocional, ter bons hábitos de sono, não se cercar de pessoas tóxicas, ter um propósito na vida, monitorar o colesterol, controlar a pressão arterial, cuidar da microbiota, viver invadido pela fé, serenidade e espiritualidade, ter senso de humor, viver com grande conexão social e se sentir útil até o último dia.
A ciência ao serviço da longevidade
O médico também está convencido de que a inteligência artificial como o AlphaFold 3, que descobriu a interação de 200 milhões de proteínas no corpo e salvou os cientistas de 10 séculos de pesquisa, contribuirá para retardar o envelhecimento e, mais cedo do que tarde, decifrará uma molécula com capacidade senolítica que eliminará células senescentes (zumbis) do corpo.
Por outro lado, descreve com grande clareza ensaios clínicos com tratamentos experimentais como alterações sanguíneas, telomerase, klotho, pós-bióticos e tratamentos com células estaminais.
O Sábio Espanhol da Longevidade
De la Peña, além de professor de cardiologia, é escritor, acadêmico, doutor laude em medicina e diretor da cadeira de coração e longevidade. É um reconhecido guru da longevidade e preside ao Instituto Europeu de Saúde e Bem-Estar Social. Recebeu prémios de prestígio como a Insígnia de Ouro da Associação de Doentes Coronários (APACOR), a Medalha de Bronze da Sociedade de Estudos Internacionais (SEI) e o Prémio de Escultura Doador-Receptor da Associação Espanhola de Transplantes Cardíacos.
O Instituto Europeu de Saúde e Bem-Estar Social é uma instituição independente, na qual participaram vencedores do Prémio Nobel, ministros de diferentes partidos políticos e deputados do Parlamento Europeu, entre outros.